Inovação na medicina: Parcerias entre Estado, indústria de tecnologia e centros importantes de pesquisa lançam esperança para o futuro da medicina e novos tratamentos
Muitos acreditavam que em 2023 o mundo já estaria tomado por carros voadores, robôs e vestimentas distópicas. Por um lado, importantes centros médicos, como a ISCMSP, já contam com recursos robóticos na sua rotina. Por outro, as inúmeras transformações globais recentes motivaram ainda mais os esforços e o investimento em tecnologia voltados para a saúde.
O surgimento das ferramentas construídas com base em inteligências artificiais levanta o debate sobre o futuro da humanidade e a extinção de muitas profissões. Uma das áreas de conhecimento mais antigas, a medicina, segue no topo de cursos mais disputados em vestibulares e residências médicas em todo o mundo.
Considerado um campo de atuação tradicional, o setor médico está se renovando, principalmente ao atrelar todo o potencial da tecnologia existente hoje em pesquisa e inovação. No Brasil, muitos projetos de iniciativa pública receberam investimentos privados nos últimos anos, assim como a inclusão de tratamentos experimentais dentro do SUS.
Avanços na inovação na medicina
A seguir, você fica por dentro de alguns dos principais e mais recentes avanços na medicina, que direcionam para a cura de doenças e a melhora na qualidade de vida de pacientes de todos os tipos.
Vacina contra a covid-19
Sem dúvida, um dos principais avanços recentes na medicina mundial foi o desenvolvimento em tempo recorde das vacinas contra o coronavírus, causador da covid-19. O processo de pesquisa, testes, aprovação, produção e distribuição durou menos de um ano, ciclo que normalmente leva anos para vacinas comuns.
Car-T Cell: terapia experimental de tratamento ao câncer
O câncer ainda é uma das doenças mais estudadas por médicos, pesquisadores e outros profissionais dentro e fora da saúde. Ainda experimental, o tratamento Car-T Cell já é aplicado em alguns pacientes no Brasil pela rede pública de saúde. Os resultados são promissores, com remissão completa do quadro, mesmo em pacientes de estágios avançados da doença.
Transplante de células-tronco contra o vírus HIV
O ano de 2020 ficou marcado pela pandemia do coronavírus, mas só quem viveu a pandemia de HIV/AIDS durante os anos 80 sabe como doenças desconhecidas podem ser devastadoras. Embora os tratamentos atuais contra o HIV sejam extremamente eficazes, impedindo até mesmo a detecção do vírus no organismo, ainda não existe uma cura.
Porém, já existem inúmeros casos sendo estudados, de pessoas até então portadoras do vírus HIV, e que após passarem por um transplante de medula óssea ou transfusão sanguínea, tiveram o vírus ”curado”. Ainda é cedo para afirmar que o tratamento pode ser uma cura definitiva, visto sua complexidade, mas amplia a visão de projetos de base pública e privada com foco em pesquisa sobre a doença.
Bioimpressão de tecidos e órgãos
A UFMG possui o laboratório Biolink, um dos pioneiros no mundo a estudar a impressão de tecidos biológicos, como órgãos, a partir da reprodução artificial de células. Entre os estudos, os pesquisadores já alcançaram a reprodução de peles artificiais, que podem ser aplicadas no tratamento de pacientes com queimaduras graves, e até mesmo gerar novos órgãos.
A descoberta possui extrema importância, pois se no futuro puder ser escalável, pode suprir necessidades como filas de transplantes de órgãos. Princípios éticos ainda devem ser debatidos, já que a ”fabricação” de órgãos poderia ser feita a partir de material da própria pessoa, reduzindo, por exemplo, a taxa de rejeição após um transplante.
Exoesqueletos e próteses biônicas
Em 2023, a senadora Mara Gabrilli repercutiu na mídia após experimentar um exoesqueleto que lhe permitiu andar por conta própria (ela é tetraplégica). O modelo Atalante X já está em negociação entre o SUS e a fabricante, para que exemplares possam chegar ao Brasil, auxiliando na recuperação de movimentos de pacientes vítimas de AVC, por exemplo.
