O que provoca a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é uma doença degenerativa e progressiva do cérebro, que afeta principalmente os movimentos, causando tremor, rigidez, lentidão e desequilíbrio. Além disso, pode afetar também o pensamento, a memória, o sono, o humor e a qualidade de vida das pessoas que sofrem com ela.

Mas o que provoca essa doença? Quais são os fatores de risco e as possíveis formas de prevenção? Neste artigo, vamos tentar responder a essas perguntas, com base nas informações disponíveis na literatura científica e nos sites de saúde.

A causa da doença de Parkinson

A principal causa da doença de Parkinson é a morte das células do cérebro, em especial, na área conhecida como substância negra, responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos.

A falta ou diminuição da dopamina afeta os circuitos nervosos que regulam a coordenação, a fluidez e a precisão dos movimentos voluntários e involuntários. Assim, surgem os sintomas motores típicos da doença, como o tremor em repouso, a rigidez muscular, e bradicinesia (lentidão dos movimentos) e a instabilidade postural.

No entanto, a causa da morte das células da substância negra ainda não é totalmente conhecida. Acredita-se que existam vários fatores envolvidos, como genéticos, ambientais e biológicos. Alguns desses fatores são:

Genéticos

Alguns casos são hereditários, ou seja, são causados por mutações em genes específicos que afetam a função ou a sobrevivência das células nervosas. Esses casos costumam ocorrer em pessoas mais jovens (antes dos 50 anos) e representam cerca de 10% do total.

Ambientais

Alguns estudos sugerem que a exposição a certas substâncias químicas, como pesticidas, herbicidas, solventes e metais pesados, pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Essas substâncias podem causar danos oxidativos e inflamatórios nas células nervosas, levando à sua degeneração.

Biológicos

Alguns fatores biológicos podem contribuir para a morte das células da substância negra, como o acúmulo anormal de uma proteína chamada alfa-sinucleína, que forma agregados tóxicos chamados corpos de Lewy; o estresse oxidativo, que é um desequilíbrio entre os radicais livres e os antioxidantes nas células; e o envelhecimento natural do cérebro, que reduz a capacidade de reparação e regeneração celular.

Os fatores de risco para a doença de Parkinson

Além dos fatores causais mencionados acima, existem outros fatores que podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença de Parkinson. Esses fatores são:

Idade

O Parkinson é mais comum em pessoas com mais de 50 anos, sendo que o risco aumenta com o avanço da idade. Cerca de 1% das pessoas com mais de 60 anos e 4% das pessoas com mais de 80 anos têm a doença.

Sexo

Os homens têm uma probabilidade maior do que as mulheres de terem Parkinson. Isso pode estar relacionado com diferenças hormonais, genéticas ou ambientais entre os sexos.

História familiar

As pessoas que têm parentes próximos (pais, irmãos ou filhos) com a doença têm um risco maior de desenvolvê-la, especialmente se o início dos sintomas foi precoce. No entanto, a maioria dos casos não tem uma origem familiar clara 

Traumatismo craniano

As pessoas que sofreram lesões na cabeça, especialmente repetidas ou graves, podem ter um risco aumentado de terem a doença. Isso pode ocorrer porque o traumatismo pode causar inflamação, sangramento ou perda de conexões entre as células nervosas.

A prevenção da doença de Parkinson

Como a causa exata ainda não é conhecida, não há uma forma garantida de preveni-la. No entanto, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco ou a retardar o seu aparecimento, como:

Evitar a exposição a substâncias tóxicas

sempre que possível, é recomendável evitar ou minimizar o contato com agentes químicos que possam ser nocivos para as células nervosas, como pesticidas, herbicidas, solventes e metais pesados. Também é importante usar equipamentos de proteção individual adequados quando se trabalha com essas substâncias.

Manter uma alimentação saudável

Uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, cereais integrais, legumes, nozes e peixes, pode fornecer nutrientes essenciais para o funcionamento do cérebro e para a proteção das células nervosas contra o estresse oxidativo. Além disso, é importante evitar o consumo excessivo de gorduras saturadas, açúcares refinados, sal e álcool.

Praticar atividade física regularmente

O exercício físico pode trazer vários benefícios para a saúde do cérebro e do corpo, como melhorar a circulação sanguínea, aumentar a produção de neurotransmissores, estimular a formação de novas conexões entre as células nervosas, fortalecer os músculos e os ossos, prevenir a obesidade e as doenças cardiovasculares, reduzir o estresse e melhorar o humor. Recomenda-se praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, preferencialmente orientada por um profissional de saúde.

Estimular a mente

atividades que desafiam o cérebro, como ler, escrever, aprender idiomas, tocar instrumentos musicais, jogar xadrez ou fazer palavras cruzadas, podem ajudar a manter a memória, a atenção, a criatividade e a capacidade cognitiva. Além disso, é importante manter um convívio social ativo e satisfatório, pois isso favorece a autoestima, a comunicação e a qualidade de vida.

Conclusão

A doença de Parkinson é uma doença complexa e multifatorial, que envolve vários aspectos genéticos, ambientais e biológicos. Ainda não há uma cura definitiva para ela, mas existem tratamentos que podem aliviar os sintomas e melhorar a funcionalidade das pessoas afetadas.

Por isso, é fundamental procurar um médico neurologista ou geriatra em caso de suspeita da doença, para obter um diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado. Além disso, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a prevenir ou retardar o surgimento da doença.