Pancreatite canina: como tratar a doença?

Inflamação no pâncreas tem cura, mas pode evoluir para caso grave se não for identificada logo. Saiba quais são os sinais de alerta

Um bom tutor de cães deve estar sempre atento ao comportamento do animal para que, qualquer problema, seja tratado precocemente. Para isso, precisa estar informado sobre as principais doenças, suas causas e sintomas. Uma delas é a pancreatite, uma inflamação séria no pâncreas do animal.

O problema pode causar muita dor e desconforto ao seu amigo mas, pior que isso, pode evoluir rapidamente para um caso grave, atingindo também outros órgãos próximos, como o estômago, o esôfago e o intestino. Por isso, a qualquer sinal, é imprescindível procurar um hospital de emergência ou o seu veterinário de confiança.

Que sinais são esses? Além da dor abdominal intensa, que sempre deve ser um sinal de alerta, os outros sintomas mais comuns do problema são:

  • – Vômito sem outro motivo aparente;
  • – Febre que persiste por vários dias;
  • – Falta de apetite e consequente emagrecimento;
  • – Diminuição ou aumento expressivo da vontade de beber água;
  • – Desânimo e apatia;
  • – Posição de prece (patas dianteiras abaixadas, como se estivesse rezando, pode ser uma estratégia do animal para tentar aliviar a dor).

Achou a lista de sintomas similar à de várias outras doenças? Esse é um dos problemas que podem fazer com que a pancreatite seja identificada tardiamente nos estágios iniciais. Por isso, a recomendação é sempre estar atento e não esperar para procurar ajuda.

Os sintomas tendem a piorar. Se notar sangue nas fezes, por exemplo, não espere mais nenhum dia para procurar ajuda médica. Em quadros graves, a pancreatite pode, além de atingir outros órgãos, causar falência renal ou formar coágulos que atrapalham o sangue a chegar a outros lugares, casos que podem ser fatais.

É importante lembrar que os sinais clínicos são fundamentais para o diagnóstico, junto com exames de laboratório e de imagem. Portanto, as observações do tutor são essenciais para ajudar o veterinário na hora da investigação que levará à identificação da doença.

O que causa o problema?

As causas da pancreatite podem estar relacionadas a outras doenças crônicas, como ao diabetes, à doença biliar, ao hipotireoidismo ou até mesmo a uma predisposição genética. Mas, também, podem ter a ver com a alimentação do animal. A obesidade e o sobrepeso, por exemplo, são considerados fatores de risco.

Excesso de carboidrato e gorduras podem ocasionar inflamação no pâncreas, pois ele tem que trabalhar mais para digeri-los. É por isso que não devemos dar nossa comida para os animais, especialmente se forem pratos que pesam nesses ingredientes. As rações costumam ser balanceadas, por isso são as melhores opções.

Qual é o tratamento?

A boa notícia é que a pancreatite, especialmente se identificada nos estágios iniciais, tem cura. A parte mais chata é que, na maioria dos casos, o tratamento começa com a internação do animal. Isso porque a maioria vai precisar de soro na veia (fluidoterapia) em tempo integral.

Além de aliviar os sintomas, como dor e vômito, esse tipo de intervenção ajuda a minimizar a inflamação de forma mais rápida. O restante do tratamento consiste em uso de analgésicos e antibióticos, que podem ser administrados de forma oral ou por injeção, sempre conforme a orientação do veterinário.

A alimentação também é aliada do tratamento. O médico pode recomendar, por exemplo, uma dieta mais pobre em gorduras e rica em fibras. Um nutricionista de animais costuma ajudar, avaliando caso a caso. A alimentação natural, rica em verduras e legumes, pode ser uma opção, mas também há rações específicas.

Em geral, o animal vai precisar continuar tomando alguns remédios nos primeiros dias de volta para casa e também retornar ao médico depois de alguns dias, para que ele verifique se o problema está controlado.

Como a pancreatite não é uma doença contagiosa, um cãozinho doente pode ficar em contato com os outros animais da casa, sem problemas. No entanto, é importante se certificar de que ele não irá comer nada que não possa, mesmo que seja ração.